Comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil

Há 100 (cem) anos atrás surgiram no Brasil os primeiros imigrantes japoneses que chegaram no navio Kasatu-Maru desembarcando no Porto de Santos – BR em 18 de Junho de 1908 com uma tripulação total de 781 pessoas, que por sua vez ocuparam um lugar representativo no campo da agricultura, onde se distribuíram por todo o interior de SP e de alguns outros estados.
Estes japoneses partiram do “zero” aqui no Brasil, buscando encontrar melhores oportunidades de trabalho, e com muito esforço, dignidade e competência esse povo conseguiu vencer, sempre buscando seus objetivos e mostrando ser um povo muito dedicado e perseverante.
A partir daí houve uma grande ascensão de japoneses em nosso país, lembrando também que o próprio Japão reconhece que o Brasil acolhe muito bem seus descendentes, e que por estes e outros motivos existe uma grande parceria “Brasil-Japão” em diversas áreas.
Sem falar na culinária nipônica que dominou o Brasil com sua diversidade de comidas e que hoje podemos considerar comum no meio dos brasileiros. Um termômetro importante disso é o aumento considerável dos restaurantes que surgiram aqui no Estado de São Paulo, principalmente no bairro da Liberdade, onde concentra-se hoje o maior número de japoneses no Brasil.
Outro indicador de que a imigração nipônica cresceu é de que surgiram sedes de religiões instaladas em diversas localidades de São Paulo, como o Budismo e o Xintoísmo, as duas principais religiões do Japão.
As comemorações dos 100 anos da imigração japonesa é um marco importante na memória de todos os descendentes que vem ao Brasil para visitar, ver os familiares ou até mesmo os que vivem aqui. E que essa data ficará marcada para muitos por meio de eventos que já estão sendo realizados e ainda serão no decorrer de todo esse ano de 2008.
As expectativas para estas comemorações são de aproximadamente 100 mil turistas japoneses e o investimento previsto é de R$ 800 mil em ações para estes eventos, levando a todo mundo uma imagem de alegria, companheirismo, união e enfim de ser um país divertido e com muitas belezas para ser desfrutada.

Texto produzido por Rafael Nishida

A arte de Lasar Segall

Visitar a exposição “Segall Realista” foi fazer uma retrospectiva da produção do artista no século XX. A mostra, que possuia cerca de 150 trabalhos do pintor, lembrou o cinqüentenário da morte do mestre lituano naturalizado brasileiro. O evento também comemorou os quarenta anos do Museu Lasar Segall, instituição localizada em São Paulo e dedicada à preservação e disseminação do legado do artista.

Quem entrou na Galeria de Arte do Sesi, do Centro Cultural Fiesp, que abrigou o evento pôde encontrar “Morro Vermelho” uma das obras mais complexas de Segall. O quadro representava “Virgem Maria” segurando o Menino Jesus de maneira impactante: as imagens, que sugeriam a devoção cristã, exibiam traços africanos, o que não era comum na arte da década de 1920

Ao passar para o ambiente seguinte, foi possível ler um texto escrito pelo curador Tadeu Chiarelli, que explicou a concepção de algumas obras de Segall. “A partir da segunda metade da década de 1910, o pintor opta pela poética expressionista. Essa é a época em que interpreta plasticamente certos assuntos tão caros à sensibilidade do expressionismo como a marginalidade, o sofrimento, a morte, mas também a amizade e o sentimento de solidariedade”.

Ainda nesse local era possível observar alguns quadros como “Duas amigas” e “Interior de pobres II”, que se caracterizou por enfatizar o caráter bidimensional da pintura. Nele, Segall situou os personagens em um espaço que se desdobrou em planos que levavam o olhar do observador a penetrar em todos os cantos do cenário.

Em um dos setores finais da exposição havia um corredor com quadros que representavam a última fase de Segall como “Floresta ensolarada”, “Favela” e “Rua das Erradias I”. Neste último, o artista dividiu a área da pintura em faixas verticais que ao se encontravam com as horizontais e formavam uma trama no centro do quadro.

A mostra terminou com a cronologia do artista exposta em uma parede imensa. Se você perdeu essa exposição, fique atento, pois a próxima você não pode perder.

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